Mostrar mensagens com a etiqueta Recife. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Recife. Mostrar todas as mensagens

sábado, 11 de dezembro de 2021

Apenas 3 Dias de Lançamento - CARNAVAL DE PERNAMBUCO

Nada mal... para quem tem apenas 3 dias de lançamento, as audições do Álbum "Carnaval de Pernambuco" já ultrapassaram a barreira dos 2.000! Obrigado a todos que estão curtindo o nosso trabalho 👍👍🎼🎼🎼 Faça a sua audição e siga o nosso perfil escolhendo pelo link AQUI 

Just 3 Days of Release - CARNAVAL DE PERNAMBUCO

Not bad... with only 3 days of release, the Streams of the Album “Carnaval de Pernambuco” have already surpassed the 2,000 barrier! Thanks to everyone who is enjoying our work 👍👍🎼🎼🎼 Make your audition and follow our profile accessing the link HERE 

quarta-feira, 17 de abril de 2019

domingo, 15 de julho de 2018

Festival Nacional do Frevo 2018

VENCEDOR DO 1° LUGAR DO FESTIVAL NACIONAL
*** CLAUDIONOR, O MENINO DO FREVO ***
Frevo-Canção: Bráulio de Castro e João Araújo



Muito feliz, vibrando aqui com a conquista do nosso 1° Lugar, gostaria de agradecer ao meu irmão e parceiro Bráulio de Castro, ao grande cantor e irmão Ed Carlos e às meninas do Grupo PERNAMBUCANEANDO Fatima CastroMileide PinheiroBarbara Lessa e Maíra Meira. UM IMENSO ABRAÇO no coração de vocês todos!!!!! Gostaria também de agradecer a todos aqueles que acreditaram e votaram na nossa composição, aos músicos, Orquestra, maestro, equipe organizadora, Secretaria de Cultura da Prefeitura do Recife, Rede Globo e todo o Público presente no Evento.









domingo, 8 de julho de 2018

CLAUDIONOR, O MENINO DO FREVO

It is with great joy that I receive the news that the song "CLAUDIONOR, THE BOY OF FREVO" that I made in partnership with Bráulio de Castro was chosen to be in the Grand Final, among the 3 champions of the "National Music Festival 2018". I would like to thank my partner and brother Bráulio, the great friend and singer Ed Carlos, the singers Fatima Castro, Barbara Lessa, Mileide Pinheiro and Maíra Meira and also the dear friend and arranger of the music Fabio Valois. Big hug to all and many misses !!!! Let's move on! Namely: the song in question is our tribute to the singer and major interpreter of the Frevo genre of MPB, the master Claudionor Germano.
----------
É com muita alegria que recebo a notícia de que a música "CLAUDIONOR, O MENINO DO FREVO" que fiz em parceria com Bráulio de Castro foi escolhida para estar na Grande Final, entre as 3 campeões do "Festival Nacional de Música 2018". Gostaria de agradecer ao meu parceiro e irmão Bráulio, ao grande amigo e cantor Ed Carlos, às cantoras Fatima Castro, Barbara Lessa, Mileide Pinheiro e Maíra Meira e também ao querido amigo e arranjador da música Fabio Valois. Grande abraço a todos e muitas saudades!!!! Vamos em frente! A saber: a música em questão é a nossa homenagem ao cantor e maior intérprete do gênero Frevo da MPB, o mestre Claudionor Germano.





domingo, 12 de junho de 2016

In Recife city (Pernambuco, Brazil) there are several places where we can listen and enjoy a good live music. People meet to play music together and to recite poetry. Ideas, dreams, music and poetry are shared. Everyone can experience an atmosphere of fraternity. Many of these places are public markets. We can visit several places in one night, making a musical journey to enjoy the original Brazilian culture and the music of the region, unlike as tourist places that usually disclose a superficial and a wrong culture.

The song "Recife Amanheceu em Mim" (literal translation: "Recife dawned on me") reports some of these itineraries, that means, some of these musical dreams. The song was composed by João Araújo and Luciano Magno and sung by Valéria Moraes. Enjoy and share it!


Recife Amanheceu em Mim



sábado, 21 de fevereiro de 2015

Ode ao Recife

A música Ode ao Recife, de autoria de João Araújo e Nuca Sarmento e interpretada pelo próprio Nuca Sarmento e grupo Voz do Capibaribe, homenageia a cidade do Recife e o seu espírito boêmio, que sempre realiza belas serenatas, regadas de choros, sambas, frevos e muito lirismo. 

A cidade transborda musicalidade e poesia através dos seus diversos bares, bairros e paisagens. Em especial, Ode ao Recife faz referência a alguns desses pontos, como por exemplo: o Teatro Mamulengo (Rua da Guia), o Bairro de Santo Antônio, a Rua da Aurora, o Bairro de Casa Forte, o Marco Zero (no Recife Antigo), o Cais José Estelita, entre outros.

Você pode escutar a gravação da música no link do Youtube a seguir.




Ode ao Recife 
(João Araújo e Nuca Sarmento)

Eu sou da lua
Sou da madrugada
Minha alvorada
Vem no anoitecer

Sou mamulengo
Dessa serenata
Que no Recife
Nunca vai morrer

Com um arsenal
De poesia e vida
Eu levo a vida
Como deve ser

Serenidade
De pierrot num palco
Animação
De arlequim que vê:

Que no Recife, ainda existe uma horda
De bons boêmios como nunca mais
Rua da Guia, Santo Antonio, Aurora,
De Casa Forte, a noite chega ao Cais

Eu sou amante de Estelita e Glória
Se por acaso o rei maltrata a flor
O Marco Zero do meu peito aflora
Capibaribe irriga com o amor

domingo, 15 de fevereiro de 2015

O Velho

O Velho 

Aparentemente tão cansado, continuava, o velho, a recitar o seu breviário… 
Pele rústica, angulosa face, veludosa voz, 
Continuava a recitar o seu breviário… 
Corpo curvo, brutas extremidades, seco, sem recheio, 
Continuava a recitar o seu breviário… 
Pés descalços, pisada grossa, pelas ruas do mundo 
Continuava a recitar o seu breviário… 
Olhos vagos, sem onde, olhos sem… 
Continuava a recitar o seu breviário… 
Escutando chistes, mal dizeres, descobrindo-se louco, 
Continuava a recitar o seu breviário… 
Em meio a indiferenças, arrogâncias, exercícios de poderes, 
Continuava a recitar o seu breviário… 
Sem casa, sem bandeiras, sem outras moradas, 
Continuava a recitar o seu breviário… 
Empunhando a flor, aquela flor, a galega flor, 
Continuava a recitar o seu breviário… 
Continuava a recitar o seu breviário… 
Aquele Velho, talvez de Holanda, com uma flor pelo mundo, 
Continuava velho, 
A recitar o seu bendito breviário… 

Poema: O Velho
Publicado na "Oficina de Poesia" 
Revista da Palavra e da Imagem nº 15, II série semestral, Março 2011
Editora: Palimage - A Imagem e A Palavra
Lisboa, ISSN 1645-3662

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Capibaribe

Capibaribe

Capibaribe, velho ribeirão,
Passa a carroça
E o moleque trepida com o cipó na mão;
Passa o lixeiro, automóvel, o cheiro de chumbo e de óleo,
Passa o pipoqueiro vendendo pipoca e fumaça,
A fuligem que passa e o alcatrão;

Capibaribe da Aurora,
A tua glória parece que não passa;
Mas passa tanta vida
Carnavalesca ou não;
Pirilampos, romances, passaram, passarão
Por algum ponto de tua extensão;

Capibaribe, não és essa água ou leito
E sim o sólido da alma, detrás do peito,
Atravessada por pontes, Blocos e bondes,
Ultrapassada por sonhos, álcool, poetas,
Triscada por Galos, por saltos, favelas,
Correntezas de humores, Reis momos ou não

Capibaribe, meu irmão,
Tablado de frege, barracas, bagulhos, bijouterias,
Elefantíases, moças medonhas, odores e gritarias,
Espetos de queijo, de bicho, de gente, tapiocas,
Tua face central, borrada de lama,
Sorri, sósia minha, não conheço outra não!

Capibaribe, guerreiro sem lança, sombrinha na mão,
Sinfonias de frevos, gabirús e mosquitos
Correnteza lírica, palco de delitos,
Iluminado clarim, ferrugem sem grito,
Passam por ti, aurora e arrebol,
Capibaribe, meu irmão, abre-te rugas, a espada do Sol.


Poema: Capibaribe
Publicado na "Oficina de Poesia" 
Revista da Palavra e da Imagem nº 15, II série semestral, Março 2011
Editora: Palimage - A Imagem e A Palavra
Lisboa, ISSN 1645-3662



domingo, 8 de fevereiro de 2015

Dia do Frevo - Ruas, Blocos e Canções

Dia do Frevo - Ruas, Blocos e Canções


No dia 09 de Fevereiro, em Recife, também comemora-se o dia do Frevo. O Frevo transcende o status apenas de gênero musical da música popular brasileira (o que já seria o suficiente) composto pelas vertentes frevo-de-rua, frevo-canção e frevo-de-bloco. Hoje, o Frevo trata-se de uma manifestação cultural que envolve a dança, a música, as alegorias, o folclore, a integração e dinâmica entre diversos Blocos, Orquestras de Pau-e-Corda e Orquestra de Metais, grupos de seguidores e carnavalescos, além de movimentar todo um fluxo socioeconômico de grande importância para a região e história da nossa cultura. O Frevo, portanto, representa a alma de um povo, traduzindo a sua essência e raízes.

Em Dezembro de 2012, o Frevo recebeu o título de Patrimônio Imaterial da Humanidade pela UNESCO. A seguir, o poema Ruas, Blocos e Canções foi composto para homenagear o Centenário do Frevo, virando depois uma parceria musical entre João Araújo e Luciano Magno e sendo interpretada pelo cantor André Rio no CD 10 Anos de Poesia. Você também pode assistir ao Clip Musical desta composição:



RUAS, BLOCOS E CANÇÕES
João Araújo e Luciano Magno


Meu Frevo surgiu
Da espada e da flor...
O filho da raça de um povo, 
Da gente,
da massa que sempre cantou...
Bebendo do Capibaribe,
Dos becos do velho Recife,
Do poema que o sangue é capaz,
Das pontes e bairros tradicionais...

O Frevo cresceu
Com a força e o calor
Do salto de um capoeira,
Beirando 
o infinito que um dia tocou...
Do brilho dos seus arrecifes,
Do sonho que um poeta já disse,
Orquestra, maestro, metais,
Sombrinhas solares, flabelos da paz...

O Frevo expandiu
Pela Terra, o fulgor...
Na esfera azulada, os clarins
Tocaram o que o povo sempre desejou...
Pastora, passista, cordões,
Bem-vindos aos corações...
Solfejo na voz dos corais
Regendo o segredo de mil carnavais

Toca o Frevo...
Toca mais...
Blocos, Canções, Frevos-de-Rua...
Evoluções feito a Lua,
Quando beija o Sol no Mar...


http://www.jpoeta.blogspot.com/
http://www.umblocoempoesia.blogspot.com/

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

DÉCIMA DO FREVO

DÉCIMA DO FREVO
(João Araújo)
Assista ao Video do Youtube para este Poema 
na voz de Renato Phaelante e música incidental de Luiz Guimarães



I


O Frevo é festa, é luz, a voz do povo,
No fogo, ardem pernas, mil sombrinhas,
Passista voa sem perder a linha
E é tão sublime o seu feroz corcovo
Que a gente anseia ele arder de novo…
Nos ares, rasgam corpos, qual cavalos
Que lutam contra a gana de domá-los
E mais parece a vida estar parada
Perante audaz destreza e fé passada
Por tal gingante mostra de regalo…


II

No início foi vilão, esse menino,
Seguia a contramão, o capoeira,
Quicés, rabos-de-arraia e peixeiras,
Um farto repertório libertino,
Que da contravenção fez mal ensino…
Depois dessa maléfica etapa,
O tempo arrefeceu a quente chapa,
Em vez de violência, viu-se arte,
O mapa transformou-se em grande parte
E hoje flui a dança sem zurrapa…



III

Brotaram girassóis nas avenidas,
Sacis, locomotivas e rojões,
Mil saltos atiçando as sensações,
Porvir da resistência renascida…
Na cor pernambucana esculpida,
O frevo, enfurecida dança rara,
Sentiu arder a chama que o brotara…
Tesouras laminosas, dobradiças,
Ao vê-las, qualquer alma se enfeitiça,
Qualquer atrevimento se escancara…


IV

A ordem é incentivar as mentes
Das multidões a se afoitar no passo,
Parece mais um furacão no espaço
Ou rebuliço de um vulcão fervente…
Das profundezas da heróica gente
Coreografias, mandigueiras febres,
Diverso espasmo, ansiosa lebre,
Leis do improviso, bafejar de touros,
Tudo isso ergue um secular tesouro,
Rogo jamais que seu cristal se quebre!


V

Grande frevo, um símbolo de luta,
Resistência que o sol forjou nas vidas
Contra elites, a prima investida,
Contra a moda, em riste, a batuta…
Vai vencendo agressões e força bruta,
Levantando um castelo cultural,
Impagável troféu descomunal,
De expressão popular e erudita,
Tradição, modernismo e a bendita
Transcendência voraz do carnaval…


VI

O cabo, a haste, a vassoura, o farol,
Viris imagens do frevo-de-rua,
Imenso rol das façanhas mais cruas
Do militar, da espada e do Sol,
Onde é império, opulento paiol…
Frevo-coqueiro, de notas agudas,
Frevo-de-abafo, contendas raçudas,
E o ventania por onde atua
Semicolcheia que o tempo recua
Pelos metais, na estridência desnuda…


VII

Das saudades, da flor, lira, violões,
Feminina imagem traz os blocos,
No coral, as pastoras são o foco
Propagando solfejos e emoções…
A seguir seus flabelos e brasões,
Pau-e-corda desenha o bailar,
E do nobre poeta, a recriar
Todas glórias eternas do amor,
O cordão invisível faz furor
E evolui na magia do luar…


VIII

Mais um terceiro, o frevo-canção:
Na força herdeira do frevo-de-rua,
Na voz, o cheiro dos blocos da lua,
Traz tão festeiro cantar ao salão…
Vem, a guitarra, ganhar atenção,
Trios elétricos tocam vorazes,
Os seus intérpretes chamam os azes
Para pularem na louca avenida,
Por toda a parte, a geral incontida,
Grita feliz as canções contumazes…


IX

Segue herói, nosso frevo pela estrada
Vai no oito-e-oitenta da emoção
Por um lado essa brasa da paixão,
Pelo outro, essa paz da madrugada…
Ó vilão mais sagrado da emboscada!
Militar mais preciso da folia!
Teu lirismo saúda a noite e o dia,
Tua história ensina a ser guerreiro
Grande frevo, devasso e brejeiro,
Nobre voz que do peito traz poesia…


X

Seguirás forte, nordestino canto,
Nunca fraquejes, meu melhor amigo,
Pois se morreres, morrerei contigo,
Parte-se a lira e todo o seu encanto…
Quero comigo o ardor do manto,
Essa esperança a desfilar renhida,
A resistência que da alma é lida,
Esse clamor, ó meu fiel lanceiro,
Da fé medida, o relutar certeiro,
Nas ruas, blocos e canções da vida…



Poema: Décima do Frevo
Recitado no CD "10 Anos de Poesia"  (2010)
Voz de: Renato Phaelante
Músicas incidentais: frevos-de-rua de  Luiz Guimarães

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Carnaval de Pernambuco: Meu Principado

foto extraída do Blog do Coral Edgard Moraes

Na data comemorativa dos 25 anos de fundação do Coral Edgard Moraes, eu e o meu parceiro Luciano Magno elaboramos uma composição chamada Meu Principado. Para criar o poema, eu me coloquei no lugar das integrantes do referido Coral, que são herdeiras do compositor Edgard Moraes e do seu irmão, o Raul Moraes. Ambos legaram obras musicais de um lirismo ímpar para Pernambuco. Portanto, o texto fala dessa herança musical que elas receberam dos irmãos Moraes. A nossa composição, depois, foi gravada no CD Cantos & Encantos, recebendo um arranjo do Luciano Magno e sendo interpretada por Valéria Moraes e pelo Coral Edgard Moraes. Aqui, segue o poema que gerou a nossa composição:


 MEU PRINCIPADO
João Araújo e Luciano Magno


Cresci ouvindo o canto trovador
Do principado dos irmãos Moraes,
Meus ancestrais, que a Lira tanto amou,
Tecendo as suas rendas musicais...

Carrego a Lua, a Noite e o Arrebol
São meus flabelos e a feminina luz
Que eu liberto aqui de dentro é Sol,
Esse cantar, que só o amor produz...

Eu sou Saudade, Aurora contumaz,
Com o Marco Zero do meu coração,
Revejo a minha gente, e é bom demais,
Que chega a gente chora de emoção...

Eu sou a praça que se dá as mãos,
Sou a fusão da força com a paz,
Reinventando um Bloco sem cordão,
Pra além da glória desses carnavais...


foto extraída do Blog do Coral Edgard Moraes

sábado, 24 de janeiro de 2015

Bloco "Flabelos Cantantes" homenageia compositores

Em Pernambuco, o Bloco Carnavalesco "Flabelos Cantantes", cujo presidente é o Ricardo Andrade, realizou uma homenagem a diversos compositores. A ideia foi vestir a ala de fantasiados do Bloco com uma fantasia cuja a estampa traz imagens de vários compositores. Entre esses compositores, tive a honra e alegria de ser homenageado. Na foto abaixo, encontro-me na estampa da fantasia mais a esquerda. Aqui registro a minha gratidão ao presidente do Bloco, diretoria e demais integrantes por essa homenagem.

Nas estampas das fantasias os compositores:
João Araújo, Ricardo Andrade, Eli Madureira e Edgard Moraes.

sábado, 13 de novembro de 2010

CD 10 Anos de Poesia

Lançamento

CD 10 Anos de Poesia





10 ANOS DE POESIA E UM ETERNO TRIBUTO

Como numa corrida sadia, sem disputa… Como numa passagem dos genes sem minuta… Como numa música que nas profundezas da mente se escuta… Um gingado magano dilui-se nas querelas-benditas dos becos bêbados de frevos, de sambas, de choros, de cada eternidade-carnaval que se manifesta nesses Arrecifes de Coraisções. As ruas, os blocos, as canções… Cansadas de guerras líricas e maracaturizadas nos suores-tambores que o tempo não vence nunca o ressoar – nem quando, um dia, a matéria deixar a alma solta frevar-se desvairada pelo abstrato – sobem, do peito aos olhos, as lágrimas, cabendo as dores todinhas (expurgando-as), bem como as alegrias extraídas das ansiedades de se não mais querer parar. Um frevo-salto-paraíso-proibido, em décadas a rasgar pernas-tesouras pelos ares e mil sacis de raça forte e sangue quente, relança as misturas e recriações que vão das serenatas boêmias e do metal militar, à afoiteza de um jazz bem-vindo, metendo o bedelho onde sonhava sempre, esbaforido, suar.



Lutou e luta muito o frevo, negro-velho da poeira e da praça, da libertinagem de que a carne humana, sedenta, é feita, num cai-não-cai maloqueirado. A busca, a lasca, o arrocho, o arretado!… Os clarins desse borbulhar corruptelado gritam de ponta-de-pé-de-moleque, preto-multi-branco-misturado, contra as indiferenças e desinteresses ralos. O frevo, zás-de-sombrinha!, vai seguindo, imparável, no andar cortejado, no erguer do flabelo, no evoluir da pastora, no vôo do gato, no bote da cobra. Espalha o seu veneno venerado. Com a musicalíssima raiz sua, ele deixa o legado a um amanhã de compositores-de-fé, de Dudas (impecável-de-sobra); de Nascimentos-vigorosos (com bem merecida nacionalidade adquirida do País do Frevo: cidadão-frevo-rebuscado); de um Galo, único e agigantado, que rompe qualquer limite imaginado; de Blocos Líricos sempre reinventados; de príncipes Moraes e Ferreiras e Santiagos…

De coisa básica é feito, o frevo, de um amolengado da gota serena é constituído; de uma malandragem de caçarola de feira. De palafita, um fino arrastado. De prego, um furo-aventurado… Vai brigando com gente grande, menino danado! O FREVO é gingante. Vai vencendo. Nunca derrotado. Sempre será vilão-imaculado, porque o peito bate em binário. Já repararam?! Pode vir a malícia dos modismos, no aproveitamento dos ilícitos atos, pode vir o que for achado. A raça do frevo é herança infindável. Vai continuar na luta como sempre tem continuado: abençoado.

Este CD comemorativo dos 10 anos da Trupe Lírico-Musical Um Bloco em Poesia é um tributo a todas as manifestações culturais de Pernambuco, especialmente ao Frevo.


Ficha técnica:
Título: 10 Anos de Poesia
Ano: 2010

Repertório:
01 - A MAGIA DOS ETERNOS CARNAVAIS (João Araújo / Dalva Torres) Coral um Bloco em Poesia
02 - RUAS, BLOCOS E CANÇÕES (João Araújo / Luciano Magno) André Rio e Coral um Bloco em Poesia
03 - MONUMENTO ARMORIAL (João Araújo / Adalberto Cavalcanti) Coral um Bloco em Poesia
04 - JARDIM DAS PASSARELAS (João Araújo / Dalva Torres) Coral um Bloco em Poesia
05 - MOTO CONTÍNUO (João Araújo / Luciano Magno) Gustavo Travasso e Coral um Bloco em Poesia
06 - RETALHOS DE UM BLOCO (João Araújo / Evane Sarmento) Coral um Bloco em Poesia
07 - ALÔ, ALÔ RECIFE (João Araújo / Dalva Torres) Coral um Bloco em Poesia
08 - ESTANDARTE POESIA (João Araújo / Adalberto Cavalcanti) Coral um Bloco em Poesia
09 - FREVO E PAIXÃO (Luiz Guimarães) Bruno Simpson
10 - FUNDAMENTOS DA SAUDADE (João Araújo / Dalva Torres) Dalva Torres
11 - A LUZ DOS BLOCOS (João Araújo / Luciano Magno) Luciano Magno e Coral um Bloco em Poesia
12 - BRINCANTES DO CAVALO MARINHO (João Araújo / Dalva Torres) Coral um Bloco em Poesia
13 - RAÍZES DO CINEMA NACIONAL (João Araújo / Dalva Torres) Coral um Bloco em Poesia
14 - MEU FREVO (João Araújo / Samuel Valente) Silvério Pessoa
15 - SENHORA DAS ÁGUAS (João Araújo / Dalva Torres) Ed Carlos e Banda Sinfônica do Recife
16 - DÉCIMA DO FREVO (João Araújo) Renato Phaelante

Outros Contatos

Veja Links para matérias de João Araújo:

- Um itinerário crítico para o imaginário de Mafalda Veiga:
Decomposição de um cancioneiro através da imaginação da matéria
in Germina - Revista de Literatura e Arte. (link para o artigo)