quinta-feira, 16 de abril de 2015

VI (intermédio)


VI (intermédio) 


...entreguei-me por um instante à deambulação... assim,
fui tornando-me um pouco mais experiente
no reconhecimento do território...
chegavam muitos forasteiros...
não estavam à toa,
procuravam algo e
traziam, consigo, certa ansiedade e medo...
eu comecei a dar as mãos
aos que pareciam mais perturbados... 
inventava forças e o plano funcionava:
aos poucos eles iam sentindo-se mais seguros... 
porém, era apenas uma questão de tempo 
pois, quando as suas confianças eram restauradas, 
reconheciam, em meio à heteróclita massa,
um grupo qualquer, supostamente de seus semelhantes... 
depois,
julgavam-me com os olhos, 
desconfiavam das flores que lhes havia dado, 
questionavam o meu auxílio,
até o instante em que me desconheciam
por completo
e partiam levando consigo toda a porção
da energia inventada,
que os havia oferecido... 

domingo, 5 de abril de 2015

LOA MORENA

LOA MORENA

put your headphone and enjoy the music
(coloque o seu fone de ouvido e curta a música)




LOA MORENA
João Araújo e Adalberto Cavalcanti


Uma morena pra adoçar a vida,
Pra dá guarida a um solitário coração, 
Vem cá moça bonita, flor do meu xodó, 
Vem mostrar que esse calor você roubou do Sol,

Pro seu olhar que logo me fascina, 
Jeito menina misturado com mulher, 
Faço uma loa, mirando a garoa,
E fico à toa, pronto pro que der e vier

Vem, moça bonita,
Vê minha aflição:
Meu peito aperreado só na marcação 
E na peleja de ganhar seu coração...

Outros Contatos

Veja Links para matérias de João Araújo:

- Um itinerário crítico para o imaginário de Mafalda Veiga:
Decomposição de um cancioneiro através da imaginação da matéria
in Germina - Revista de Literatura e Arte. (link para o artigo)