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sábado, 20 de fevereiro de 2016

Ratazana de Paletó (Corrupção)

A palavra de ordem que me levou a compor esta música foi indignação. Acho que estamos cansados de presenciar em nossas vidas tantos casos de falcatrua com tanta frequência. Peguei-me a pensar no caso da corrupção no plano político e veio-me a imagem de uma Ratazana de Paletó.

Seguiu, assim, um desabafo, que fui organizando em forma de canção. Se você estiver também indignado com tudo isso o que está acontecendo contra o Brasil, tudo isso o que estão fazendo contra você e contra a sua família, toda essa palhaçada que estão fazendo com o futuro dos seus filhos e netos, então escute esta música. 





Corrupção (Ratazana de Paletó)


Cambada de gatuno
Ratazana de paletó
Larápio carrancudo
Utopia do xilindró
Escapa sorridente,
Escorrega, compra gente
E volta sempre e a gente vota
Porque a gente vota sempre?!...


Quadrilha de "Al Capone"
"Alibabaca" tupiniquim
Cachorro "morta-fome"
Rouba a mãe, bicho ruim!
Coloca o poder público
A serviço da tua gangue
Quero mais um Ministério,
Bolsa-voto, bolsa-império


Assassino da confiança
Mafioso Federal
Ladrão da esperança
Fundador do paraíso fiscal
Resolvo os seus problemas
Sou sua doce alma-gêmea
És mesmo um filho da pátria-mãe
Mereço o irmão que tenho


Será que os nossos filhos viverão uma Nação?
Serão os nossos netos afortunados cidadãos?
Quem puxará definitivamente o freio de mão?
Podemos num conchavo encontrar a solução...


É dono da polícia,
Comprou Juiz e o escambau...
Estuprou a honestidade
Nova lei ditatorial
Chafurda companheiro
Que a liberdade de expressão
Pode ser contra a tua Laia
Escumalha de aldrabão


Carcará insaciável
Infeliz humanização
Criatura imprestável
Vergonhosa criação
Carrega tua mesada
Mendiga o teu milhão
Ó Judas do Planalto
Teu assalto é deserção


Urubu de empreiteira
Verminose social
Desfruta da nojeira
Nossa escória nacional
Ó corja dominante
Ó alcatéia de atrofiados
Abocanha a carniça
Mas leva aqui o meu bom bocado


Corrupção... que opção?
Corrupção... que opção?
Corrupção... que opção?
Corrupção... que opção?
Corrupção... é opção?!

quinta-feira, 16 de abril de 2015

VI (intermédio)


VI (intermédio) 


...entreguei-me por um instante à deambulação... assim,
fui tornando-me um pouco mais experiente
no reconhecimento do território...
chegavam muitos forasteiros...
não estavam à toa,
procuravam algo e
traziam, consigo, certa ansiedade e medo...
eu comecei a dar as mãos
aos que pareciam mais perturbados... 
inventava forças e o plano funcionava:
aos poucos eles iam sentindo-se mais seguros... 
porém, era apenas uma questão de tempo 
pois, quando as suas confianças eram restauradas, 
reconheciam, em meio à heteróclita massa,
um grupo qualquer, supostamente de seus semelhantes... 
depois,
julgavam-me com os olhos, 
desconfiavam das flores que lhes havia dado, 
questionavam o meu auxílio,
até o instante em que me desconheciam
por completo
e partiam levando consigo toda a porção
da energia inventada,
que os havia oferecido... 

domingo, 15 de fevereiro de 2015

O Velho

O Velho 

Aparentemente tão cansado, continuava, o velho, a recitar o seu breviário… 
Pele rústica, angulosa face, veludosa voz, 
Continuava a recitar o seu breviário… 
Corpo curvo, brutas extremidades, seco, sem recheio, 
Continuava a recitar o seu breviário… 
Pés descalços, pisada grossa, pelas ruas do mundo 
Continuava a recitar o seu breviário… 
Olhos vagos, sem onde, olhos sem… 
Continuava a recitar o seu breviário… 
Escutando chistes, mal dizeres, descobrindo-se louco, 
Continuava a recitar o seu breviário… 
Em meio a indiferenças, arrogâncias, exercícios de poderes, 
Continuava a recitar o seu breviário… 
Sem casa, sem bandeiras, sem outras moradas, 
Continuava a recitar o seu breviário… 
Empunhando a flor, aquela flor, a galega flor, 
Continuava a recitar o seu breviário… 
Continuava a recitar o seu breviário… 
Aquele Velho, talvez de Holanda, com uma flor pelo mundo, 
Continuava velho, 
A recitar o seu bendito breviário… 

Poema: O Velho
Publicado na "Oficina de Poesia" 
Revista da Palavra e da Imagem nº 15, II série semestral, Março 2011
Editora: Palimage - A Imagem e A Palavra
Lisboa, ISSN 1645-3662

Outros Contatos

Veja Links para matérias de João Araújo:

- Um itinerário crítico para o imaginário de Mafalda Veiga:
Decomposição de um cancioneiro através da imaginação da matéria
in Germina - Revista de Literatura e Arte. (link para o artigo)