VI (intermédio)
...entreguei-me por um instante à deambulação... assim,
fui tornando-me um pouco mais experiente
no reconhecimento do território...
chegavam muitos forasteiros...
não estavam à toa,
procuravam algo e
traziam, consigo, certa ansiedade e medo...
eu comecei a dar as mãos
aos que pareciam mais perturbados...
inventava forças e o plano funcionava:
aos poucos eles iam sentindo-se mais seguros...
porém, era apenas uma questão de tempo
pois, quando as suas confianças eram restauradas,
reconheciam, em meio à heteróclita massa,
um grupo qualquer, supostamente de seus semelhantes...
depois,
julgavam-me com os olhos,
desconfiavam das flores que lhes havia dado,
questionavam o meu auxílio,
até o instante em que me desconheciam
por completo
e partiam levando consigo toda a porção
da energia inventada,
que os havia oferecido...